História de Vila de Prado
A Vila de Prado, dada a sua localização estratégica próxima da "Bracara Augusta" e local de passagem da estrada militar que ligava a cidade à de Astorga, constituiu, aquando da dominação romana, um importante foco populacional. Para tal terá contribuído também a natureza argilosa do seu solo, visto nessa época proliferar a indústria cerâmica. A comprová-lo encontram-se vestígios arqueológicos, nomeadamente artefactos em barro e moedas desse tempo. Anterior à freguesia de Prado (Santa Maria), seria a de Santiago de Francelos, referenciada em documentos do ano de 1445, ainda que em 1528 já tivesse sido assimilada por Prado. No decurso do século X, Prado era dominado pelos condes de Portugal que, no dizer de Serra Nevada, era "uma família muito importante e poderosa que teria sido gerada no Solar de Salas, no Monte do Córdova, ou Santo Tirso". Os progenitores desta nobre família foram os não menos poderosos D.Hermenegildo Mendes (neto do Conde de Tui e do Porto, governador de Portugália) e a Condessa Mumadona Dias (filha do Conde Diogo Fernandes). À luz de fontes credíveis, no século XII Prado surge como um centro nevrálgico, alvo de várias doações feitas pelo fundador da nação ao Arcebispo de Braga, D.Paio Mendes, como recompensa pelos serviços prestados no âmbito da reconquista cristã. Na monografia editada pela Escola do Bom Sucesso nº 2, pode ler-se que "no século XIX a Terra de Prado aparece já completamente esclarecida. No primeiro quartel compreendia a região situada na margem direita do Cávado e limitada a norte por Terra de Penela, a leste pelo julgado do Bouro, a poente por Aguiar de riba lima e terra de Neiva e a sul por aquele rio". Nas inquirições afonsinas de 1220,a terra ou julgado de Prado englobava um conjunto de 16 freguesias, tão vasto que abrangia todo o território até às imediações de Barcelos. Foi provavelmente a proeminência de tão extenso território que motivou D.Afonso III a conceder-lhe foral em 1260.
Já no século XVI, D.Manuel conceder-lhe-ia outra Carta de Foral, em 1510, tendo como donatários os Condes de Prado, cujo primeiro titular foi D. Pedro de Sousa, contemporâneo do duque de Bragança, D.Jaime. Estudos aprofundados da revolta da Maria da Fonte aludem à eclosão de uma rebelião na Vila de Prado, a 15 de abril de 1846, aquando da queima dos papéis da décima, vulgo" papeladas dos cabrais", em virtude da ditadura férrea de Costa Cabral. Não obstante, crê-se que foi a partir dos antigos paços do concelho de Prado, no lugar da Vila, que nessa data emergiu aquela histórica rebelião popular. Pensa-se que em consequência da referida revolta, o concelho de Prado foi extinto a 24 de outubro de 1855, juntamente com os de Penela, Vila Chã e Pico de Regalados. Após esta reforma administrativa, Prado passou a integrar o novo concelho de Vila Verde sendo as suas freguesias distribuídas por este e pelos concelhos de Barcelos e de Braga. Por iniciativa dos deputados Alberto Cerqueira de Oliveira e Amândio Santa Cruz Domingos Basto Oliveira, Prado recuperou a categoria de Vila, a 20 de junho de 1991, sem que se tenham dissipado todas as dúvidas acerca da efectiva perda dessa categoria, aquando dessa extinção do concelho.